martes, 24 de noviembre de 2009

Sweet home, Caxias.

Sweet home, Caxias


Festival de blues encerrou-se no sábado, na SerraA tradição italiana da qual Caxias do Sul se orgulha tanto foi substituída, no final de semana, pelo ritmo do sul dos Estados Unidos, mais exatamente no delta do Mississippi. O 2º Moinho da Estação Blues Festival, realizado entre quinta e sábado, movimentou o Centro e também deveria ser motivo de vaidade para a cidade.



O último dia do evento levou à Serra grandes defensores do blues do Brasil e dos EUA. Os cariocas do Blues Etílicose o guitarrista americano Carlos Johnson, com o harmonicista Billy Branch, fecharam a programação principal. Com pegada enérgica, a banda do Rio animou o público, trazendo a fusão de blues e ritmos brasileiros. Ao fim do show, o gaitista Flávio Guimarães disse que aquele era o melhor festival de blues no Brasil.



Era 1h quando Carlos Johnson iniciou seu show, e de cara pediu a companhia de Billy Branch. Mostrando aos demais músicos exatamente como queria que as canções fossem executadas, deu a todos uma aula de como se faz blues em Chicago, com os lampejos de jazz que lhe são característicos. Com muito carisma, Johnson promoveu uma inversão de idiomas no largo da Estação Férrea. Usou o português ao soltar um “Bah, tchê” e implorar por uma caipirinha, e fez o público adotar o inglês ao provocar gritos de “One more, one more” quando fez uma pausa.



– Sei que temos tempo apenas para mais uma música, mas azar. Talvez toquemos duas – provocou.



A despedida começou com Ain’t Nobody’s Business, e durante o solo Johnson desceu do palco e dedilhou sua guitarra no meio do público. Atendendo a pedidos, puxou Got My Mojo Working, abrindo espaço para um revezamento de harmonicistas. Improvisações entre o guitarrista e os espectadores fecharam a noite, o que não deu fim ao clima blueseiro na cidade. O evento, que teve apoio da Itapema FM, está confirmado para 2010.



mauricio.roloff@pioneiro.com



MAURÍCIO ROLOFF

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